Pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas revela que o coliving tem conquistado espaço em São Paulo
Em passagem pelo Brasil, o francês Guillaume Perdrix, considerado a principal voz a respeito do coliving no mundo, destacou que cidades como São Paulo podem se beneficiar do movimento de duas maneiras. De um lado, a oferta de compartilhamento permite a seus moradores uma casa como um serviço facilitado e a possibilidade de resgatar o sentido de pertencimento.
De outro, pode tornar o mercado imobiliário mais atraente, prometendo mais rendimentos e atraindo tanto investidores eventuais quanto institucionais. “O coliving é uma experiência humana, que oferece coisas diferentes para necessidades diferentes, e é a qualidade das interações humanas que definirá seu sucesso em longo prazo. É o começo de uma grande década, uma disrupção no modo de morar”, afirmou Perdrix durante o evento “Movimento Coliving, uma nova tendência da habitação chega ao Brasil”, realizado este mês pela Vitacon, em São Paulo.
Novo estilo de vida
O educador físico Felipe Okamoto, de 30 anos, mora há um ano e meio no apartamento de 29 metros quadrados que comprou no bairro do Brooklin, na Zona Sul de São Paulo. A escolha do imóvel pequeno se deu pelas áreas compartilhadas oferecidas pelo condomínio, como academia, lavanderia, sala de reunião e coworking, além de uma pequena copa.
Para ele, a principal vantagem de morar em um espaço como esse é a possibilidade de expandir a rede de relacionamentos sem precisar sair de casa. “Acabo conhecendo gente do prédio e trabalhando por aqui mesmo. Isso pra mim é uma boa vantagem. Tenho vizinhos que se tornaram meus alunos, então uso a academia como morador e também como personal trainer”, explica Okamoto.
O convívio nos espaços compartilhados não trouxe serventia apenas para a vida profissional. Felipe conta que acabou fazendo novos amigos no prédio e até encontrou um novo amor. “Tem muitas pessoas aqui que são de outros Estados e a gente acaba fazendo amizade. Conheci minha namorada aqui, que veio em uma das confraternizações que fizemos entre os vizinhos”, revelou.
Para ele, uma sala de televisão compartilhada é o que falta para o condomínio se tornar o lugar ideal. “Por mais que os apartamentos sejam pequenos, a gente consegue se adaptar. Toda semana tem dois ou três vizinhos sempre um na casa do outro, assistimos aos jogos juntos e até Big Brother”, conta. No entanto, ele afirma que não toparia ter o banheiro como área compartilhada, por exemplo.
Fonte: https://imoveis.estadao.com.br/noticias/tendencia-55-dos-paulistanos-aceitariam-compartilhar-a-moradia/